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A
indústria fonográfica não tem do que reclamar. Vender 50 mil cópias de
um disco, hoje, é mamão com açúcar. Consumidores se interessam mais em
abrir a carteira do que links para download pirata. O negócio de livros
também vai bem, obrigado. O de DVDs, então, nem se fala.
O
cenário descrito acima pode soar como milagre para o mercado de
entretenimento, que apanha ano após ano com o tombo nas vendas. Já o
setor gospel, bastião de bonança no meio da crise, pode soltar
“aleluias” por aí. Veja o caso da cantora Aline Barros (foto), 35. Já
ouviu falar dela? Talvez não, se você for um “secular” (como
evangélicos se referem a quem não compartilha da mesma fé).
Mas
tudo o que Aline toca vira ouro – até disco de diamante, conquistado
pelas mais de 360 mil cópias vendidas, em menos de dez meses, do álbum
“Extraordinário Amor de Deus” (2011). O extraordinário poder das vendas,
com certeza, a atingiu. Casada com pastor, frequentadora todos os
domingos de uma igreja na zona sul do Rio, ela é uma espécie de Ivete
Sangalo do gospel. Na carreira, já vendeu 7 milhões de discos.
Assim
ela avalia o sucesso, inclusive no tal “mundo secular”: “As pessoas
estão buscando algo maior, cansadas de falar só sobre problemas,
problemas, problemas”.
Lucros,
lucros e lucros são o que grandes gravadoras viram no potencial de
Aline –premiada quatro vezes no Grammy Latino, que em 2004 criou
categoria especial para álbum gospel em português. Disputada, a cantora
acabou renovando contrato com a MK Music, maior gravadora gospel do
país. Presidente da MK, Yvelise de Oliveira, 60, desdenha do “súbito
interesse” das gigantes do ramo.
Para
ela, as “majors” desprezaram a força do público antes. Como “quando
vieram os sertanejos, e diziam ‘absurdo, que bregalhada’”, compara
Yvelise.
NOVO NICHO
Diretor-geral
da Som Livre, Marcelo Soares considera que “o público não religioso
pouco gasta em suas crenças pessoais”. Já o cristão, “além desses
gastos”, tende a gastar mais com cultura. O selo representa nomes como
Ana Paula Valadão, 35 (7 milhões de CDs e DVDs vendidos). Diz a
pastora: “Rádios seculares estão começando a tocar nossas canções. Os
apresentadores sempre dizem que antes tinham preconceito”.
A
Sony Music inaugurou, em 2010, um departamento especializado em
gospel. Seu diretor, Maurício Soares, levanta o perfil desse consumidor.
“O evangélico lê mais, cerca de sete livros por ano. E as rádios do
segmento, na maioria, são líderes do tempo médio de audiência”. Na
Central Gospel, império tocado pelo pastor Silas Malafaia, DVDs vendem
cerca de 1 milhão de cópias por ano. Diretora-executiva, Elba Alencar
destaca: “Como a própria Bíblia diz, ‘a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela
palavra de Deus’”.
Fonte: Anna Virginia Balloussier, na Folha.com
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